O final do ano chega e o clima natalino começa a surgir: as repartições públicas decoradas de forma brega; as lojas querendo vender loucamente; e os enfeites que estão quase mofados saem das caixas e sacolas para decorar as nossas casas. Nossas? Na verdade, há alguns anos que não se decora mais a minha casa. Talvez pelo fato de, há algum tempo, o Natal não ter mais aquele encanto pueril que tinha no passado. O Natal tivera, teve ou tinha magia!

É verdade: houve um momento em que eu já gostei dele, assim como a maioria das crianças, pelo simples fato do “Bom Velhinho” nos deixar presentes. Hoje sabemos que os bons velhinhos somos nós quando doamos (de coração) presentes para fazer a alegria de outras crianças, assim como a tivemos.

O Natal é tempo de reflexão e, como diz a (tão batida) tradução de “Happy Xmas (War Is Over)”: “Então é Natal, e o que você fez?”. Talvez não saibamos, em poucos segundos, dizer de cara o que fizemos durante todo o ano,  mas o certo é que fizemos algo de produtivo. O mais importante é que tenhamos feito algo por (e para) nós mesmos. Isso pode até soar um excerto de algum texto de autoajuda barato, mas a verdade é que devemos sempre fazer por nós.

Talvez o Natal seja “apenas” lembrar que há pessoas que precisam de nós e, sim: elas existem e precisam de nós. Não falo apenas de estranhos. Refiro-me também aos amigos e parentes que estão tristes, que precisam apenas que você dê atenção no dia a dia. Refiro-me àquela ligação telefônica em que você diz que aquela pessoa é importante para a sua vida. É importante dizer isso pois há um fato inquestionável: a vida é breve e todos morreremos.

Não, o Natal não mais me agrada. Este excesso de luzes e votos e felicitações e almoços e jantares e ceias e… e… e… pessoas que não se viam ou se falavam que, apenas nessa data, trocam mensagens pseudo-calorosas. Não,  também não sou cristão ou nunca cri num Cristo. Talvez por isso também o Natal não me agrade. Mas, usemos este período para refletir: o que a gente fez e no que podemos mudar nos próximos anos de nossas vidas?

Mateus Almeida Cunha

 

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